No dia 28 de abril comemora-se o Dia Nacional da
Caatinga, o bioma exclusivamente brasileiro, ou seja, não é encontrada em nenhum
outro lugar do mundo além do Nordeste do Brasil.
A data homenageia o
professor João Vasconcelos Sobrinho (1908-1989), pioneiro na área de estudos
ambientais no Brasil. O Dia Nacional da Caatinga foi celebrado
oficialmente pela primeira vez no Seminário “A Sustentabilidade do Bioma
Caatinga“, ocorrido nos dias 28 e 29 de abril de 2004 em Juazeiro, na Bahia.
Caatinga é um termo de origem Tupi-Guarani e significa floresta
branca. O termo resulta da combinação dos elementos ca-a (floresta), tî
(branco) e o sufixo ngá, (que lembra). A razão para esta denominação reside na
aparência que a floresta revela durante a estação seca, quando a quase
totalidade das plantas estão sem folhas e os troncos brancos e brilhosos,
extraordinárias estratégias para diminuir as perdas de água nesta estação.
Outra estratégia destacável são as folhas modificadas na forma de espinhos.
Essa cobertura vegetal exclusivamente brasileira ocupa uma área de
aproximadamente 900 mil quilômetros quadrados englobando de forma contínua
parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais.
Durante muito tempo a Caatinga foi descrita como ecossistema pobre em espécies,
no entanto, estudos recentes apontam o contrário. Estima-se que o total de
espécies vegetais alcance 2 mil a 3 mil. Ademais, mamíferos, peixes, aves,
répteis e anfíbios superam mil espécies.
Preservação da caatinga
Infelizmente, o mau
uso e ocupação da terra têm, há tempos, levado um estresse ambiental à caatinga
sem precedentes na história. As razões para esse desmantelamento da caatinga
tem sido o uso da mata nativa para lenha e carvão e o avanço de polos
agropecuários. Para dar uma ideia da velocidade da destruição, entre 2002 e
2008, a caatinga foi removida o equivalente a 1.657.600 campos de futebol,
conforme o estudo.
Características da vegetação da
caatinga
A vegetação
da caatinga é formada por três estratos: o arbóreo, com árvores de 8 a
12 metros de altura; o arbustivo, com vegetação de 2 a 5 metros; e o herbáceo,
abaixo de 2 metros. As bromélias e os cactos são as principais famílias de
plantas da região. Mandacaru, xique-xique, barriguda e umbuzeiro são algumas
das espécies com grande capacidade de armazenamento de água.
Há ainda uma vasta
lista de plantas medicinais como a catingueira, o jerico e o angico. A Caatinga
ainda abriga espécies raras e de grande valor como o ipê roxo, o cumaru, a
carnaúba e a aroeira, a qual está ameaçada de extinção.
Nos períodos
chuvosos, espécies de plantas herbáceas se abrem em flor, dentre as quais a
malva, a malícia e a flor de tijirana.
Características da fauna da caatinga
A fauna da
caatinga é diversa composta por mais de 800 espécies animais. Já foram
registradas 148 espécies de mamíferos, 510 de aves, 154 de répteis e anfíbios e
240 de peixes. Este é o habitat do preá, da asa branca e o do tamanduá-mirim. A
Caatinga ainda abriga seis espécies de felinos: a onça-pintada, onça-parda,
jaguatirica, gato-do-mato-pequeno, gato-maracajá e gato-mourisco.
Com
informações dos sites IDEIA e CerrAntiga
Foto: pixabay.com