O dia 31 de março é o Dia da Saúde e Nutrição de acordo com o calendário oficial do Ministério da Saúde e tem o objetivo principal conscientizar a população sobre a importância da alimentação para uma boa saúde.
Neste ano a pandemia de covid-19 provocou muitas mudanças na vida de todos e entre seus efeitos são alterações nos hábitos alimentares e o aumento do preço dos alimentos, (em média 15%, quase o triplo da inflação no período).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os preços que mais subiram foram os de cereais, leguminosas e oleaginosas (57,8%). Na sequência, aparecem as categorias óleos e gorduras (55,9%) e tubérculos, raízes e legumes (31,6%).
A cesta básica em São Paulo custa em torno de R$ 639,00, a segunda mais alta do país, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Mudança dos hábitos alimentares
O estudo da NutriNet Brasil, do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP), mostra que houve um aumento generalizado na frequência de consumo de frutas, hortaliças e feijão (de 40,2% para 44,6%) durante a pandemia da covid-19.O estudo teve a participação de 10 mil pessoas que responderam o mesmo questionário alimentar em dois momentos: entre 26 de janeiro e 15 de fevereiro (antes da pandemia) e entre 10 e 19 de maio (durante a pandemia).
“A mudança positiva no comportamento alimentar poderia ser explicada por alguns fatores. As novas configurações causadas pela pandemia na rotina das pessoas podem ter as estimulado a cozinharem mais e a consumirem mais refeições dentro de casa. Além disso, uma eventual preocupação em melhorar a alimentação e, consequentemente, as defesas imunológicas do organismo poderiam ser consideradas”, disse o coordenador do NutriNet Brasil, professor Carlos Monteiro.
Ansiedade e estresse na pandemia podem alterar a alimentação
Pesquisas mostram que a ansiedade e o estresse podem provocar o aumento da ingestão calórica e do ganho de peso em curto prazo devido ao alto consumo de alimentos ricos em carboidratos e gorduras e bebidas alcóolicas.
O consumo de tais alimentos – muitas vezes ricos em carboidratos/açúcares (como doces, chocolates, bolos e tortas, por exemplo) – estimula a produção de serotonina que, por sua vez, tem um efeito positivo no humor e na redução momentânea do estresse e no aumento do bem estar mental.
Segundo a nutricionista Helena Previato, doutora em Alimentos e Nutrição pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), é importante reconhecer a presença excessiva de ansiedade e estresse e perceber se estão influenciando o comportamento alimentar. Assim, a nutricionista dá dicas para alimentação saudável na pandemia para evitar a alimentação por compulsão.
Dicas para alimentação saudável na pandemia
A nutricionista diz que o primeiro passo para ter uma alimentação saudável na pandemia é um bom planejamento alimentar (diário, semanal e mensal) antes de fazer as compras. E também:- Estabelecer horário para as refeições como café da manhã, almoço, jantar e lanches intermediários, evitando “pular” refeições e “beliscar” durante o dia e à noite;
- Ter uma alimentação variada composta, de uma forma geral, por cereais integrais, leguminosas, oleaginosas, frutas, verduras e legumes, carnes, frangos, ovos e peixes, leites e derivados. (Lembrando que pessoas que tenham alguma alergia/ intolerância alimentar ou indivíduos vegetarianos/veganos precisam ter um planejamento alimentar específico).
- Priorizar alimentos in natura como frutas, verduras e legumes;
- Utilizar ervas aromáticas e especiarias para cozinhar;
- Experimentar algum alimento novo que não tenha o hábito de comer;
- Valorizar alimentos regionais, produtores locais e pequenos comércios;
- Cozinhar mais, aprender novas receitas e aproveitar esse momento de isolamento para cultivar novos hábitos alimentares.
- Perceba e acolha suas emoções e sentimentos antes das refeições. Se estiver muito ansioso, pare e respire lenta e profundamente para então começar a comer (use técnicas de respiração e meditação);
- Desconecte-se da TV, computador, celular e redes socias no momento das refeições;
- Coma com atenção plena e concentre-se no ato de se alimentar. Sente-se para comer e apenas coma, não faça outras atividades ao mesmo tempo.
- Feche os olhos e observe o aroma, a temperatura, a textura e o sabor dos alimentos, e coma sem culpa;
- Mastigue lentamente os alimentos. Apoie os talheres na mesa entre as garfadas, fazendo uma leve pausa no momento das refeições. Uma outra forma de comer mais devagar é tentar comer com a mão não dominante;
- Perceba os sinais de fome e saciedade para evitar comer em excesso
Fontes: Blog da Unicamp, Agência Brasil e Outras Palavras
Por Letícia Jardim Guedes da redação do Áreas Verdes das Cidades
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