quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Estudo sugere que morar próximo a parque reduz demência em idosos


Os parques e áreas verdes trazem diversos benefícios para seus frequentadores, como melhora da saúde mental e física. Recentemente, um novo estudo do Instituto de Barcelona para a Saúde Global (ISGlobal) sugere que o contato com a natureza e morar próximo a áreas verdes também pode desempenhar um papel positivo contra o declínio cognitivo e o risco de demência em idosos.


Em particular, esta pesquisa, publicada no Environmental Health Perspectives, mostra que a perda de funções cognitivas esperadas como parte do processo de envelhecimento é mais lenta em pessoas que vivem em bairros mais verdes.

Os pesquisadores realizaram um acompanhamento de 10 anos de 6.500 pessoas com idade entre 45 e 68 anos da coorte Whitehall II, no Reino Unido. Em três momentos diferentes durante o curso do estudo, os participantes completaram uma bateria de testes cognitivos que avaliaram seu raciocínio verbal e matemático, fluência verbal e memória de curto prazo, bem como o declínio nessas funções. A área verde de vizinhança para cada participante foi estimada usando imagens de satélite.

“Há evidências de que o risco de demência e declínio cognitivo pode ser afetado pela exposição a riscos ambientais relacionados a áreas urbanas (como poluição do ar e ruído) e estilo de vida (como estresse e comportamento sedentário). Em contraste, viver perto de espaços verdes tem o potencial para aumentar a atividade física e o apoio social, reduzir o estresse e mitigar a exposição à poluição do ar e ao ruído”, diz Carmen de Keijzer, pesquisadora do ISGlobal.

“Nossos dados mostram que o declínio no escore cognitivo, após o seguimento de 10 anos, foi 4,6% menor em participantes que vivem em bairros mais verdes. Curiosamente, as associações observadas foram mais fortes entre as mulheres, o que nos faz pensar que essas relações podem ser modificadas por gênero”, acrescenta Carmen de Keijzer.

“A proporção de pessoas com mais de 60 anos no mundo deverá quase duplicar entre 2015 e 2050 e prevê-se que o número de casos de demência cresça a um ritmo semelhante em todo o mundo. 
Embora as diferenças no declínio cognitivo observadas em nosso estudo sejam modestas no nível individual, elas se tornam muito mais significativas se considerarmos esses achados em nível populacional, diz Payam Dadvand, pesquisador do ISGlobal e último autor do estudo. 

“Se confirmado por estudos futuros, nossos resultados podem fornecer uma base de evidências para a implementação de intervenções direcionadas destinadas a desacelerar o declínio cognitivo em idosos residentes em áreas urbanas e, portanto, melhorar sua qualidade de vida”, acrescenta.


Com informações do site Ecodebate
Foto: Pixabay.com

Por Letícia Jardim Guedes - Redação Áreas Verdes das Cidades

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