No dia 17 de junho, comemoramos o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca. A data foi escolhida pela Assembleia-Geral da ONU em 1994, quando iniciou uma convenção sobre estes graves problemas que atingem pelo menos um quinto da população do planeta em mais de cem países.
A seca e a desertificação (perda da capacidade de renovação biológica das zonas áridas, semiáridas e subúmidas) provocam uma situação dramática de fome, morte, guerra e deslocamentos de população: em termos mundiais, 135 milhões de indivíduos correm o risco de ter de se deslocar de sua zona de origem para outra em melhores condições, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).
Além da segurança alimentar, a proteção e a regeneração das zonas áridas é fundamental para o desenvolvimento econômico mundial e a preservação da Terra.
Neste dia, é importante reafirmar o combate à desertificação
e à degradação dos solos e de atenuar os efeitos da seca.
O que você pode fazer
- Apoie e participe de
iniciativas e ações contra a destruição da caatinga e ajude a recuperar
áreas de mata ciliar (beira de rios e nascentes) com espécies
nativas;
- Informe-se sobre a origem do
carvão e da lenha consumida em padarias, pizzarias e churrascarias. O
carvão e a lenha legalizados são produzidos de forma sustentável,
através de manejo florestal. Priorize os locais que utilizem carvão e
lenha legalizados. Toda retirada de madeira deve ser comunicada aos órgãos
ambientais, denuncie a atividade ilegal;
- Compre móveis feitos com
madeira certificada pelo FSC (certificação florestal). Esse selo é a
garantia que a madeira é oriunda de um processo produtivo
ecologicamente adequado e socialmente justo, seguindo todas as leis
vigentes;
- Consuma de forma consciente:
planeje suas compras, compre menos e melhor. Use só o necessário,
reflita sobre suas reais necessidades. Reutilize produtos, separe
materiais recicláveis e certifique-se de que o seu lixo está tendo
uma destinação correta;
- Opte por produtos ecológicos
e que tenham embalagens retornáveis ou recicláveis, isso reduz o consumo
da matéria-prima e o impacto do processo de fabricação.
- Rejeite produtos com
embalagens excessivas e sacolas plásticas, leve bolsas e sacolas próprias
para as compras.
África
A
verificação do problema da desertificação começou na década de 1970 na África,
especialmente na região semiárida, ao sul do deserto do Sahara, conhecida
como Sahel. A situação se caracterizava pela pobreza, fome e destruição de
recursos naturais vitais (água, vegetação e solo).
Como a desertificação também se estende a todos os outros continentes (com exceção da Antártica), principalmente em países com clima árido e semiárido, parte da comunidade internacional começou a encarar a desertificação como um problema em escala mundial.
Na Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente Humano (Estocolmo, 1972) foram discutidos inúmeros temas relativos ao meio ambiente, incluindo a catástrofe africana, representada pela grande seca do Sahel (1967-1970) e os decorrentes problemas de desertificação.
Em 1977, foi criado o Plano de Ação Mundial contra a Desertificação na Conferência das Nações Unidas sobre Desertificação (Nairóbi, Quênia). Apesar de uma maior conscientização sobre o problema, somente na Rio-92 (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento) iniciou-se as negociações para formalizar a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação nos Países Afetados por Seca Grave e/ou Desertificação, particularmente na África (UNCCD).
A UNCCD entrou em vigor em 26 de dezembro de
1996. Hoje, 193 países são partes da Convenção. A principal obrigação desses
países é elaborar um Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação,
conhecido por PAN.
Brasil
O
Brasil tornou-se parte da UNCCD em 25 de junho de 1997. Nas regiões secas do
país se observou um avanço na desertificação devido à ocupação humana e à
exploração dos recursos naturais, provocando a degradação da terra, a perda da
cobertura vegetal nativa e a redução da disponibilidade de água.
As áreas suscetíveis à desertificação envolvem 11 estados, têm uma área de 1.340.000km² e uma população aproximada de 35 milhões de habitantes.
Desde 2004, com a criação do Insa (Instituto Nacional do Semiárido), o Brasil tem um órgão especial para cuidar do combate à desertificação. A política inclui medidas como uso de mecanismos de proteção, preservação, conservação e recuperação dos recursos naturais.
Fontes: Ministério do Meio Ambiente, Insa e UNCCD
Foto do site Associação Caatinga
Por Letícia Jardim Guedes - Redação do Áreas Verdes das Cidades
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