Visitamos num sábado o Parque Casa Modernista, que fica localizado na Rua Santa Cruz, 325, Vila Mariana na capital paulista e tem cerca de 13.000 m² de área.
A Casa Modernista é considerada a primeira obra de arquitetura moderna implantada no Brasil, tendo sido projetada pelo arquiteto russo Gregori Warchavchik para a sua família. Foi construída em 1928, sendo "tombada" pelo CONDEPHAAT, IPHAN e CONPRESP.
Conforme a Prefeitura de S. Paulo a adaptação da Casa Modernista e seu terreno a um parque busca dar acesso às áreas externas da casa preservando a sua história. O projeto de ajardinamento paisagístico buscou, através de registros fotográficos, resgatar o jardim histórico à luz do projeto original de Mina Klabin.
Como chegar ao Parque Casa Modernista
Parque Casa Modernista
Horário de funcionamento
9 às 17h
Telefone
(11) 5083-3232
Localização
Rua Santa Cruz, 325, Vila Mariana, São Paulo, SP
Ver no mapa
Parque Casa Modernista Horário de funcionamento 9 às 17h |
Telefone
(11) 5083-3232
|
Localização Rua Santa Cruz, 325, Vila Mariana, São Paulo, SP Ver no mapa |
- Ônibus - São inúmeras as linhas que dão acesso ao parque entre as quais a 775V-10 Rio Pequeno - Metro Santa Cruz, 677K-10 Jd Nakamura - Metro Santa Cruz, 675L Terminal Santo Amaro - Metro Santa Cruz, 857A -10 Term. Campo Limpo - Metro Santa Cruz, 875C-10 Terminal Lapa - Metro Santa Cruz, 9166-10 Praça do Correio - Jd. Santa Cruz, 5164-10 Vila Sta. Catarina - Lgo São Francisco, 5164-21 Cidade Leonor - Pq. Ibirapuera e a 5290-10 Div. Diadema - Praça João Mendes. Para saber outras linhas, fornecendo origem e destino, ligue para o telefone 156 da PMSP ou pelo site da Sptrans (clique aqui).
- Metrô - desça na Estação Santa Cruz, Linha 2 Azul.
- Carro - consulte o link "Ver no mapa" no box acima e trace seu roteiro. Não há estacionamento no interior do parque, mas é possível estacionar em algumas ruas próximas (observe a sinalização no local).
Infraestrutura do Parque Casa Modernista
Áreas de estar, espaço multiuso, edificação da Casa Modernista e trilhas curtas de pedras e terra no exterior da casa.
Além das visitas guiadas ao interior da Casa Modernista, gerida pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC), os frequentadores do parque podem participar de oficinas:
- Dança circular - às quartas, das 11h30 às 12h30
- Tai-chi - aos domingos, às 8h30.
Sua vegetação é composta predominantemente por eucaliptal com sub-bosque, além de áreas ajardinadas. Destacam-se açoita-cavalo-do-cerrado, bico-de-pato,camboatá, capitão-do-mato, grumixama, pinheiro-bravo e tamanqueiro.
Não há lanchonetes no parque e não observamos ambulantes próximos à entrada do local no dia da visita.
Há restrições para animais domésticos, bicicletas, skates etc.
No aspecto de segurança, observamos vigias e guardas em seu interior.
História do Parque Casa Modernista
(extraída de texto da Secretaria Municipal de Cultura)Casa Modernista após sua construção |
O primeiro exemplar arquitetônico só viria três anos mais tarde, com a construção da casa da Rua Santa Cruz.
Projetada para abrigar a residência do arquiteto, recém-casado com Mina Klabin, filha de um grande industrial da elite paulistana, a casa gerou forte impacto nos círculos intelectuais e na opinião pública em geral, com a publicação de artigos em jornais dos mais diversos espectros políticos, favoráveis ou contrários à nova orientação estética proposta. Destituída de qualquer ornamentação e formada por volumes prismáticos brancos, a obra era tão impactante para a época que, para conseguir obter aprovação junto à prefeitura, o arquiteto apresentou uma fachada toda ornamentada, e quando concluiu a obra, alegou falta de recursos para completá-la.
Além da edificação, mereceu destaque o jardim, projetado por Mina Klabin, devido ao uso pioneiro de espécies tropicais. Warchavchik, em carta destinada ao secretário do CIAM (Congresso Internacional de Arquitetura Moderna), Siegfried Giedion, relatava as inúmeras dificuldades que teve que enfrentar durante a construção – desde a aprovação já mencionada à dificuldade de encontrar componentes industrializados, como ferragens, maçanetas, placas, tintas, etc., o alto preço de materiais como cimento e vidro e a formação técnica da mão de obra. No entanto, alguns historiadores apontam contradições presentes na obra, não aceitando totalmente a justificativa dada pelo arquiteto.
Em primeiro lugar, a fachada frontal obedece a um eixo de simetria que não é rebatida em planta nas dependências internas. Em segundo lugar, a casa, que aparentava ter uma geometria própria para a racionalização da construção, era na realidade toda construída segundo técnicas tradicionais. A platibanda esconde um telhado em quatro águas de telha colonial, causando a impressão de se tratar de uma cobertura em laje. No entanto, o que interessa desse debate, é notar que se trata de uma obra pioneira, de transição, que necessariamente expressa as contradições da época.
Sobre o aspecto construtivo, lembremos que as "Villas ideais de Le Corbusier", produzidas à mesma época na França, apresentam contradições similares e nem por isso são questionadas quanto a sua importância para o processo de renovação iniciado por este arquiteto.
Projetada para abrigar a residência do arquiteto, recém-casado com Mina Klabin, filha de um grande industrial da elite paulistana, a casa gerou forte impacto nos círculos intelectuais e na opinião pública em geral, com a publicação de artigos em jornais dos mais diversos espectros políticos, favoráveis ou contrários à nova orientação estética proposta. Destituída de qualquer ornamentação e formada por volumes prismáticos brancos, a obra era tão impactante para a época que, para conseguir obter aprovação junto à prefeitura, o arquiteto apresentou uma fachada toda ornamentada, e quando concluiu a obra, alegou falta de recursos para completá-la.
Além da edificação, mereceu destaque o jardim, projetado por Mina Klabin, devido ao uso pioneiro de espécies tropicais. Warchavchik, em carta destinada ao secretário do CIAM (Congresso Internacional de Arquitetura Moderna), Siegfried Giedion, relatava as inúmeras dificuldades que teve que enfrentar durante a construção – desde a aprovação já mencionada à dificuldade de encontrar componentes industrializados, como ferragens, maçanetas, placas, tintas, etc., o alto preço de materiais como cimento e vidro e a formação técnica da mão de obra. No entanto, alguns historiadores apontam contradições presentes na obra, não aceitando totalmente a justificativa dada pelo arquiteto.
Em primeiro lugar, a fachada frontal obedece a um eixo de simetria que não é rebatida em planta nas dependências internas. Em segundo lugar, a casa, que aparentava ter uma geometria própria para a racionalização da construção, era na realidade toda construída segundo técnicas tradicionais. A platibanda esconde um telhado em quatro águas de telha colonial, causando a impressão de se tratar de uma cobertura em laje. No entanto, o que interessa desse debate, é notar que se trata de uma obra pioneira, de transição, que necessariamente expressa as contradições da época.
Sobre o aspecto construtivo, lembremos que as "Villas ideais de Le Corbusier", produzidas à mesma época na França, apresentam contradições similares e nem por isso são questionadas quanto a sua importância para o processo de renovação iniciado por este arquiteto.
Em 1935 a casa passa por uma reforma, quando o arquiteto procura adequá-la para a família que crescia, ao mesmo tempo em que experimentava alterações na lógica da circulação e na composição dos volumes. O acesso principal passa a se realizar pela lateral, onde foi acrescida uma marquise; a cozinha é ampliada e a varanda lateral é suprimida, dando lugar a uma ampliação da sala de estar que ainda ganha um novo volume curvo, cuja laje dá lugar a um novo terraço que circunda o quarto da esposa; além do novo terraço, o piso superior ganha algumas modificações, como a inserção de um novo sanitário servindo o quarto do marido e de um closet, entre o quarto da esposa e o quarto do filho, anteriormente, quarto de costura.
Durante a segunda guerra mundial, o jardim passa por uma ampliação, na qual Mina Klabin planta um bosque de eucaliptos rente ao muro de divisa frontal, para que a família se resguardasse do hospital nipo-brasileiro que estava em construção em frente à casa – judeus e japoneses estavam em lados opostos na guerra. Neste período, a garagem também é ampliada para receber uma oficina de gasogênio (combustível substituto da gasolina durante a guerra). Nos anos seguintes, pequenas alterações ocorrem, conforme mudavam as necessidades da família, mas de modo geral, o conjunto manteve-se com as mesmas feições até os dias de hoje. A família reside ali até meados dos anos 70, quando decide vender a propriedade. Em 1983 entra em cena uma construtora com o projeto de implantar na área um condomínio residencial, denominado “Palais Versailles”, combatido imediatamente pela população local, que cria a “Associação Pró-Parque Modernista”, se mobilizando pela defesa da casa e de sua área verde.
Em 1984, o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo) tomba o conjunto, através da Resolução SC 29/84; seguido pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), processo 1121-T-84; e, posteriormente, pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo), Resolução 05/91. Com isso, o empreendimento se inviabiliza, e os proprietários entram na justiça contra o Estado. Durante o transcurso do processo judicial, o imóvel permanece abandonado, sem que o proprietário fosse obrigado a responder pela manutenção, resultando daí um rápido processo de deterioração.
Em 1994, é dada a sentença, na qual o Estado é obrigado a indenizar o proprietário e a comprar o imóvel – situação que não reverteu o processo de deterioração, devido à falta de política de ocupação e conservação do imóvel, sendo este objeto de furtos e invasões freqüentes. Somente nos anos 2000 são realizados projetos e obras para a recuperação do imóvel, divididas em uma primeira etapa entre 2000 e 2002 e, posteriormente, entre 2004 e 2007. Com orçamento reduzido, no entanto, somente a casa principal foi objeto de restauro e conservação, faltando ainda a recuperação da edícula e da área do parque. Em março de 2008, a prefeitura do município de São Paulo passa a ser permissionária do imóvel, tendo o governo do Estado transferido a ela a responsabilidade pelo seu uso e manutenção.
Trabalhos emergenciais foram realizados para a reabertura do parque e da casa em agosto de 2008, contando com programação musical e equipe de educadores patrimoniais, sob coordenação da Divisão do Museu da Cidade de São Paulo. Em dezembro de 2011 foi contratado projeto executivo para o restauro e adequação da casa e edículas, contemplando a valorização dos bens existentes, a implantação de espaços de convivência no parque, adequação à acessibilidade e criação de um espaço de referência para o estudo do modernismo em São Paulo, buscando diversificar o público visitante. O projeto já foi finalizado e após a contratação e finalização das obras serão implementadas as atividades culturais em consonância com as diretrizes traçadas pelo museu. A casa e o parque permanecem abertos e oferecem serviço educativo aos visitantes".
Durante a segunda guerra mundial, o jardim passa por uma ampliação, na qual Mina Klabin planta um bosque de eucaliptos rente ao muro de divisa frontal, para que a família se resguardasse do hospital nipo-brasileiro que estava em construção em frente à casa – judeus e japoneses estavam em lados opostos na guerra. Neste período, a garagem também é ampliada para receber uma oficina de gasogênio (combustível substituto da gasolina durante a guerra). Nos anos seguintes, pequenas alterações ocorrem, conforme mudavam as necessidades da família, mas de modo geral, o conjunto manteve-se com as mesmas feições até os dias de hoje. A família reside ali até meados dos anos 70, quando decide vender a propriedade. Em 1983 entra em cena uma construtora com o projeto de implantar na área um condomínio residencial, denominado “Palais Versailles”, combatido imediatamente pela população local, que cria a “Associação Pró-Parque Modernista”, se mobilizando pela defesa da casa e de sua área verde.
Em 1984, o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo) tomba o conjunto, através da Resolução SC 29/84; seguido pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), processo 1121-T-84; e, posteriormente, pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo), Resolução 05/91. Com isso, o empreendimento se inviabiliza, e os proprietários entram na justiça contra o Estado. Durante o transcurso do processo judicial, o imóvel permanece abandonado, sem que o proprietário fosse obrigado a responder pela manutenção, resultando daí um rápido processo de deterioração.
Em 1994, é dada a sentença, na qual o Estado é obrigado a indenizar o proprietário e a comprar o imóvel – situação que não reverteu o processo de deterioração, devido à falta de política de ocupação e conservação do imóvel, sendo este objeto de furtos e invasões freqüentes. Somente nos anos 2000 são realizados projetos e obras para a recuperação do imóvel, divididas em uma primeira etapa entre 2000 e 2002 e, posteriormente, entre 2004 e 2007. Com orçamento reduzido, no entanto, somente a casa principal foi objeto de restauro e conservação, faltando ainda a recuperação da edícula e da área do parque. Em março de 2008, a prefeitura do município de São Paulo passa a ser permissionária do imóvel, tendo o governo do Estado transferido a ela a responsabilidade pelo seu uso e manutenção.
Trabalhos emergenciais foram realizados para a reabertura do parque e da casa em agosto de 2008, contando com programação musical e equipe de educadores patrimoniais, sob coordenação da Divisão do Museu da Cidade de São Paulo. Em dezembro de 2011 foi contratado projeto executivo para o restauro e adequação da casa e edículas, contemplando a valorização dos bens existentes, a implantação de espaços de convivência no parque, adequação à acessibilidade e criação de um espaço de referência para o estudo do modernismo em São Paulo, buscando diversificar o público visitante. O projeto já foi finalizado e após a contratação e finalização das obras serão implementadas as atividades culturais em consonância com as diretrizes traçadas pelo museu. A casa e o parque permanecem abertos e oferecem serviço educativo aos visitantes".
Informações gerais do parque podem ser obtidas pelo telefone (11) 5083-3232.
Vale a pena no Parque Casa Modernista
- Caminhar pelas pequenas trilhas na área externa da casa, observando seu entorno e a vegetação presente;
- Visitar o interior da Casa Modernista, atentando aos detalhes de sua construção e
- Conhecer a fantástica e bela história do local.
Entrada do parque
Casa Modernista |
Casa Modernista |
Área externa da casa |
Trilha de pedras |
As fotos correspondentes à placa acima estão a seguir e mostram a evolução no tempo da casa |
Pista para caminhar |
Piscina da casa |
Casa vista de sua área externa |
Jardins vistos do interior da Casa Modernista |
Interior da casa |
Escadaria em madeira que dá acesso ao piso superior da casa |
Sala |
Cozinha |
Cozinha |
Janela "retrátil" da cozinha |
Placa que mostra fotos históricas da casa e de seus habitantes |
Vista da casa de seu terraço |
Terraço |
Piscina vista do terraço da casa |
Um dos cômodos da casa |
Grade de proteção da janela da sala |
Dispositivo que abria e fechava a grade de proteção da janela |
Grade de proteção de uma das janelas da casa |
Panorâmica da sala da casa |
Panorâmica da sala da casa |
Banheiro |
Detalhes da visão da sala dos jardins |
Terraço de um dos cômodos |
Terraço |
Entrada/saída do parque |
o local tem bicicletário?
ResponderExcluirSílvia,
ExcluirNão há equipamento específico para tal, porém a administração do local deixa um espaço para guardar bicicletas. Para maiores informações use o telefone da administração que consta da publicação acima. Abs
Pode andar de bicicleta dentro do parque?
ResponderExcluirCom é informado no próprio texto da resenha, não é permitido (v. "Há restrições para animais domésticos, bicicletas, skates e assemelhados"). Abs
ExcluirO parque possui sanitários?
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