terça-feira, 29 de outubro de 2019

Parque Nacional da Serra da Canastra em São Roque de Minas (MG)

Parque Nacional da Serra da Canastra fica no sudoeste de Minas Gerais, ao norte do Rio Grande - lago de Furnas e lago Mascarenhas de Morais. É composto por várias fitofisionomias do bioma Cerrado com predomínio de vários tipos de campos. Segundo ICMBio o parque tem 2.000.000 m², preserva as nascentes do rio São Francisco e vários outros monumentos. Teve 830.000 m² indenizados, incluindo o chapadão da Canastra e tem 1.170.000 m² na região da Babilônia, abrangendo os municípios de Capitólio, Vargem Bonita, São João Batista do Glória e Delfinópolis por regularizar.
Márcia Soares colaborou com imagens do local.


Parque Nacional da Serra da Canastra

Horário de funcionamento:
8h às 18h (última entrada 17h)
Telefone:
(37) 3433-1324/1326   
Localização:
Av. Presidente Tancredo Neves, 498, São Roque de Minas (MG)
Ver no mapa
Como chegar ao Parque Nacional da Serra da Canastra

  • Por via aérea - Há uma estrutura aeroportuária em Araxá, a 160 Km, e Piumhi, a 70 Km, ambas em Minas Gerais, da nascente do Rio São Francisco.
  • Por via rodoviária - Belo Horizonte está a 320 km da nascente. Saindo da cidade pela BR-381, toma-se a BR-262 sentido Triângulo Mineiro e segue-se a MG-050 até Piumhi/MG. 
  • De São Paulo o caminho é por Campinas de onde se acessa Minas Gerais buscando-se São Sebastião do Paraíso/MG e Passos/MG. De Passos, cruzando a ponte do rio Grande pode-se entrar na área não regularizada via São João Batista do Glória/MG ou seguir pela rodovia MG-050 até Piumhi/MG e dali para São Roque de Minas (nascente e parte alta da Casca D'anta) e Vargem Bonita (parte baixa da Casca D'anta). Há ainda a possibilidade de entrada em MG via Franca, buscando-se Delfinópolis e acessando o Parque por sua área não regularizada. A rodovia MG-050 é pavimentada e as demais opções são feitas em estradas de terra muitas vezes em estado precário, desaconselhável para veículos que não sejam 4x4. Há um estacionamento no parque para veículos. 
A direção do parque alerta que motos com placa, bicicletas e veículos "off road" são bem-vindos, desde que se mantenham nas estradas, pois fora delas estarão sujeitos à multa nos termos da legislação ambiental.

Para saber a previsão do tempo para a Serra da Canastra em Minas Gerais, clique aqui.

Infraestrutura do Parque Nacional da Serra da Canastra
O Parque possui grandes paredões de rocha onde existem várias e belas cachoeiras. Esse tipo de paisagem atrai adeptos dos esportes de aventura e do turismo contemplativo, entre outros, o de observação de aves silvestres. A região guarda muitos outros atrativos e, dentro do parque, há sinalização dos pontos de visitação que podem ser acessados de carro, por razoáveis estradas de terra, a depender das condições meteorológicas.
Os pontos mais procurados são a nascente histórica do rio São Francisco, a parte alta da Casca D'anta, cachoeira do Rio São Francisco com 186 metros de altura, e sua parte baixa. Há piscinas de água muito fresca na parte superior, antes da queda, e um mirante, onde se deve primar pela segurança, devido ao risco de acidentes.
Destaca-se também a parte alta da Cachoeira dos Rolinhos, entre tantas outras; o Curral de Pedras, um curral feito amontoando-se manualmente pedra sobre pedra, que era utilizado para conter o gado durante a pernoite dos tropeiros; a Garagem de Pedras, um antigo entreposto para os habitantes do Vão dos Cândidos que subiam a chapada a pé ou em “lombo de burro” para ter acesso à estrada que ligava e liga São Roque de Minas ao Triângulo Mineiro.
A área reúne basicamente dois maciços: a Serra da Canastra e a Serra das Sete Voltas, com o vale dos Cândidos no meio. As altitudes variam entre 900 e 1.496 (torre da Serra Brava) e a vegetação predominante são os campos rupestres, com manchas de cerrado e matas ciliares.
O relevo acidentado e a vegetação rasteira produzem uma paisagem única, com grandes vistas panorâmicas e muitas cachoeiras com altura acima dos 100 metros.

Esquemáticos/mapas do Parque Nacional da Serra da Canastra podem ser vistos neste link.

Flora do Parque Nacional da Serra da Canastra
A Serra da Canastra está na região do cerrado mineiro, mas apresenta uma vegetação bem mais variada, que inclui campos, campos rupestres e florestas. O cerrado brasileiro é caracterizado por árvores de pequeno e médio porte, de cascas grossas e galhos retorcidos, bem adaptadas ao solo pobre e resistentes à seca e ao fogo. São mais de 6 mil espécies vegetais, mais de oitocentas espécies de aves e quase duzentas espécies de mamíferos, números superiores, por exemplo, aos do Pantanal. Na Serra da Canastra, porém, o cerrado ocupa uma parte inferior à dos campos e campos rupestres (ou de altitude, localizados em áreas com altitude superior a 900 metros). Nesses campos, a ausência de vegetação de grande porte e os contrastes do relevo formam imensas vistas panorâmicas, onde a paisagem exibe, no detalhe, imensos canteiros de flores. Nas áreas mais baixas e úmidas, formam-se os capões (matas) de formas arredondadas, com exuberante vegetação atlântica.

Todo o chapadão da serra onde está o Parque Nacional alterna essas áreas de campos e campos rupestres, com variações intermediárias que os especialistas chamam de campo cerrado, campo sujo e campo limpo. Além disso, há pequenos trechos de floresta e cerrado típico. Em toda essa área, um grupo de especialistas da Universidade Federal de Uberlândia já conseguiu identificar 540 espécies de plantas em apenas 4 anos de pesquisas.

Há 45 espécies endêmicas, dentre as quais Hololepis sp., Inulopsis sp., Aspilia sp., Senecio sp., Stomatanthes sp., Campuloclinium sp., Stevia sp., Chinolaena sp., Chrysolaena sp., Ichtthyothere sp., Lessigianthus sp., Sinningia sp., Eriope sp., Habranthus sp., Ilex sp., Agalinis sp., Eryngium sp., Barbacenia fulva, Barbacenia lymansmithii, Chaetostoma canastrensis, Miconia angelana, Microlicia canastrensis, Microlicia flava, Microlicia scoparia, Microlicia sp. nov, Svitramia sp. e Tibouchina sp. nov.

Fauna do Parque Nacional da Serra da Canastra
Os animais são uma das maiores atrações da Serra da Canastra, especialmente na área do Parque Nacional. A fauna típica da região reúne várias espécies ameaçadas de extinção, como o tamanduá-bandeira, o lobo-guará e o veado-campeiro, que podem ser vistos com relativa facilidade.
Outros bichos também ameaçados que, havendo um pouco de sorte, os turistas podem ver, são a lontra, o macaco sauá e as três maiores e mais fascinantes raridades: o tatu-canastra, o pato-mergulhão e a onça parda.
As áreas de campos e cerrados da Canastra exibem também o cachorro-do-mato, a seriema, a ema, o gavião carcará e o magnífico gavião-caboclo. Nas matas ciliares e nas fazendas, o show é do mico-estrela, dos quatis, do bonito e imponente urubu-rei, do jacu, do tucano-açu e do canário-da-terra.
No tocante à fauna do local há espécies endêmicas como Herpetofauna: Hyla ibitiguara, Scinax canastrensis e Odontophrynus sp.

A administração do parque adverte que não é permitido trafegar em motocicletas sem placa, entrar com bebida alcoólica e com animais domésticos, trafegar com veículo fora das estradas abertas à visitação, entrar com armas brancas ou de fogo e fazer churrasco ou fogueira. Recomenda atentar para o seguinte:
  • Informe-se sobre as distâncias e grau de dificuldade das trilhas;
  • Observe as condições climáticas do dia da sua visita;
  • Percorra as trilhas com calçados fechados, reforçados e confortáveis. Chinelos, sandálias e saltos não são recomendados para caminhadas em trilhas;
  • Leve sempre protetor solar, chapéu, repelente, capa de chuva, água e um lanche;
  • Beba muita água: a desidratação é uma causa comum de mal estar nas trilhas; 
  • Obedeça as normas do Parque Nacional mantendo-se nas trilhas sinalizadas;
  • Atividades em ambientes naturais apresentam riscos, como: presença de animais peçonhentos e exóticos, risco de perder-se, machucar-se, afogar-se, entre outros;
  • Esteja preparado para as adversidades em caso de acidentes ou incidentes e 
  • Parque não possui serviço de resgate. Não se arrisque!
História do Parque Nacional da Serra da Canastra
A área originalmente prevista para o Parque Nacional era muito maior: mais de 200 mil hectares, como consta do Decreto número 70.355, de 3 de abril de 1972 e incluía toda a região da Serra da Babilônia. A área foi reduzida devido ao custo das desapropriações, mas agora está sendo objeto de uma revisão que o iniciou em 2001.

Outros dois decretos que complementavam a criação do Parque, um deles reduzindo a área para pouco mais de 100 mil hectares, foram revogados em 1991. Com isso, embora por enquanto somente no papel, o que está valendo é o decreto original, com a área de 200 mil hectares. A Ampliação do Parque está sendo analisada no Congresso Nacional, pois acarreta uma série de mudanças sócio-econômicas para a população local. Um Plano de Manejo foi publicado pelo Ibama no início de 2005 e prevê a desapropriação de cerca de 130mil hectares, mas a legalidade desta desapropriação está sendo questionada pelos proprietários de terra da região.

A implantação do Parque foi traumática para a região, porque a área desapropriada tinha dezenas de fazendas, uma delas praticamente em cima das nascentes do “velho Chico”. Os fazendeiros foram resistindo e protelando a saída até serem retirados à força pela Polícia Federal, dez anos mais tarde. Alguns fazendeiros discutem na justiça até hoje o valor das indenizações.

O Ibama administra o Parque através do escritório mantido em São Roque de Minas, a cidade mais próxima (8 km da portaria 1). Praticamente todos os funcionários são moradores de São Roque de Minas e Sacramento. Uma estrada de 60 km corta o Parque de fora a fora e vias secundárias dão acesso a algumas das principais atracões, como o Retiro de Pedras (área da primeira fazenda instalada na região), a parte alta da cachoeira dos Rolinhos, o cânion do rio São Francisco e a parte alta da Cachoeira Casca D’Anta.

Vale a pena no Parque Nacional da Serra da Canastra

  • Visitar a nascente histórica do rio São Francisco, a parte alta da Casca D'anta, cachoeira do Rio São Francisco com 186 metros de altura, e sua parte baixa. Há piscinas de água muito fresca na parte superior, antes da queda, e um mirante, onde se deve atentar quanto a segurança;
  • Percorrer as várias trilhas do parque, observando com atenção seu entorno, especialmente a flora e da fauna do local;
  • Caminhar até a parte alta da Cachoeira dos Rolinhos, entre tantas outras; o Curral de Pedras, um curral feito amontoando-se manualmente pedra sobre pedra, que era utilizado para conter o gado durante a pernoite dos tropeiros; a Garagem de Pedras, um antigo entreposto para os habitantes do Vão dos Cândidos que subiam a chapada a pé ou em “lombo de burro” para ter acesso à estrada que ligava e liga São Roque de Minas ao Triângulo Mineiro.
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OBS.: Informações e programações sujeitas a mudanças e alterações.
Fontes do texto: Websites do "ICMBio" (http://www.icmbio.gov.br) e da "Serra da Canastra"  (https://www.serradacanastra.com.br).
Imagens de Márcia Soares e uma da Flickr
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Veja vídeo feito no local, quando da última visita

A seguir, veja fotos do Parque Nacional da Serra da Canastra tiradas no parque no dia da visita (Atenção! Ao "clicar" em qualquer foto, abre-se, automaticamente, o modo de exibição "Tela Cheia" de seu computador e por meio de suas teclas "Setas" (➡⬆⬅), podem ser visualizadas todas as fotos tiradas do parque).

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