quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Flora Exuberante nos finais dos invernos no Parque Ibirapuera em São Paulo

Nos finais dos invernos há uma exuberância na flora no Parque Ibirapuera, em especial quanto as floradas dos ipês-brancos e amarelos e das primaveras (bougainvilleas), entre as 356 espécies diferentes existentes no parque e que têm sua floração em épocas diversas, mesmo no inverno. Aproveite para curtir a natureza e fazer um dos dos passeios mais agradáveis em São Paulo. Confira ao final desta publicação as imagens realizadas pela equipe do Áreas Verdes das Cidades no local.

Parque Ibirapuera, considerado um dos 10 melhores parques do mundo pelo jornal inglês The Guardian e pelo site Áreas Verdes das Cidades, tem 1.584.000 m² e fica localizado na região sul da cidade de São Paulo. Representa a principal área verde da mesma em termos de recreação, oferecendo serviços de lazer, esportes e cultura para usuários da cidade. Inaugurado em 1954 nas comemorações do IV Centenário da Cidade de São Paulo, teve como responsável pelo projeto arquitetônico, o arquiteto Oscar Niemeyer e o paisagístico, o engenheiro agrônomo e paisagista Otávio Augusto Teixeira Mendes (erroneamente muitos acham que foi de Burle Marx).

Ibirapuera, de origem tupi-guarani Ypy-ra-ouêra significa “árvore apodrecida” ou “árvore podre”, o que remete à área original e a história do próprio parque que passa por intensas transformações até chegar à composição atual. Área de várzea, com passagem dos córregos Sapateiro e Boa Vista (ou Caaguaçu), era conhecida como região alagadiça, portanto de difícil ocupação para fins que não fossem de pastagem. Serviu como passagem para boiadas com destino ao Matadouro e área de pastagem para aqueles que aguardavam o abate, fato ocorrido desde o início da colonização paulistana. Originalmente, a área era composta de vegetação de capoeira com poucas árvores esparsas, sendo alagada em determinadas épocas do ano. Apesar de inicialmente existir maior preocupação em promover a drenagem da área por questões sanitárias com o uso de árvores exóticas como do gênero Eucaliptus, ocorreu, posteriormente o interesse no uso de espécies nativas brasileiras, o que contribui para o aumento da biodiversidade regional.

Com os dados do último censo georreferenciado CMQ/ESALQ/USP, e posterior identificação das espécies arbóreas (v. estudo citado no item "Fontes dos textos"), verificou-se que no Ibirapuera há 15.055 árvores divididas em 356 espécies diferentes, sendo que 39,4% das árvores eram espécies nativas, além de ter uma variedade maior de espécies nativas em relação às exóticas (v. tabela, abaixo).
Quanto aos ipês que estão em sua florada no parque, descrevemos a seguir um pouco sobre essas árvores, que são altas, bem copadas e, no período da floração, apresentam uma peculiaridade: fica totalmente desprovida de folhas. Estas dão lugar às flores - amarelas-ouro, brancas ou roxas – que estampam belas manchas coloridas nas paisagens do País. O ipê floresce de julho a setembro e frutifica em setembro e outubro. Sua madeira é bela, de cor castanho-oliva ou castanho-avermelhada, e com veios resinosos mais escuros. Após o período da floração, aparecem as folhas digitadas, com 5 a 7 folíolos. No inverno, porém, a árvore se apresenta totalmente despida de folhas e flores.

A madeira do ipê é muito valorizada. Por sua resistência, dureza e flexibilidade sempre foi considerada uma madeira-de-lei. Uma outra vantagem que ela possui é a de agüentar bastante a umidade. Desse modo, a sua madeira é utilizada em construções civis e navais (produção de quilhas), em edificação de pontes, na confecção de postes e dormentes, de tacos de assoalho, vigamentos, esteios, bengalas, entre tantos outros. O ipê também é plantado em parques e jardins, servindo para a arborização urbana.

As diversas variedades de ipê recebem os respectivos nomes de acordo com as cores de suas flores ou madeira. Vale ressaltar que, de uma maneira geral, as bigoniáceas são distribuídas por 120 gêneros, com cerca de 800 espécies.

A casca, a entrecasca e a folha do ipê possuem propriedades medicinais, sendo utilizadas no tratamento de amidalites, estomatites, infecções renais, dermatites, varizes e certas doenças dos olhos. Elas são consideradas também como antidiarréicas, antiinflamatórias, antiinfecciosas, antitumorais, febrífugas e cicatrizantes.

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Fontes dos textos: "Histórico da composição da vegetação arbórea do Parque Ibirapuera e sua contribuição para a conservação da biodiversidade (Estudo de Y. Kabashima e outros)" (http://www.revsbau.esalq.usp.br/artigos_cientificos/artigo143-publicacao.pdf) "Portal da Fundação Joaquim Nabuco(http://basilio.fundaj.gov.br/).
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Veja vídeo feito no local:



A seguir, veja fotos tiradas no parque em dias distintos (Atenção! Ao "clicar" em qualquer foto, abre-se, automaticamente, o modo de exibição "Tela Cheia" de seu computador e por meio de suas teclas "Setas" (➡⬆⬅), podem ser visualizadas todas as fotos tiradas do local).

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