quarta-feira, 5 de abril de 2017

Qualidade de vida: corrida e pedalada aumentam os “hormônios da felicidade”

Ciclovia e pista de corrida Parque Ibirapuera
Endocrinologistas e neurocientistas estudam há anos quatro substâncias químicas naturais em nossos corpos geralmente definidas como o "quarteto da felicidade": os hormônios serotonina, endorfina, dopamina e oxitocina.

A pesquisadora Loretta Breuning, autora do livro Habits of a Happy Brain ("Hábitos de um Cérebro Feliz", em tradução livre), explica que "quando o seu cérebro emite uma dessas químicas, você se sente bem".

"Seria bom que surgissem o tempo todo, mas não funcionam assim", diz a professora da Universidade Estadual da Califórnia (EUA). "Cada substância da felicidade tem um trabalho especial para fazer e se apaga assim que o trabalho é feito."

Correr ou andar de bicicleta, assim como outros exercícios aeróbicos, ou simplesmente tomar sol, aumentam os níveis de serotonina no organismo. Você pode aproveitar alguns dias por semana para se exercitar em um dos parques próximos a sua casa.

A melhor maneira de elevar a dopamina é definir metas de curto prazo ou dividir objetivos de longo prazo em metas mais rápidas. E celebrar quando atingi-las. Faça um planejamento semanal para suas atividades físicas - começando com uma caminhada se for necessário. O importante é manter o ritmo dos exercícios e alcançar os estágios propostos – realisticamente- por você mesmo.

O trabalho em equipe é uma das formas de estimular a produção de endorfina e oxitocina, os outros dois “hormônios da felicidade”. Considere fazer parte de um grupo de corrida – há no Parque Independência e no do Ibirapuera, por exemplo - ou chame parentes, amigos ou vizinhos para se exercitarem juntos – os benefícios de um trabalho em grupo geram mais estímulo para espantar a preguiça.

Conheça a seguir mais maneiras simples para ativar essas quatro substâncias químicas da felicidade, sem drogas ou substâncias nocivas.

1. Serotonina
Quando a serotonina flui quando você se sente importante. O sentimento de solidão e até mesmo a depressão são respostas químicas à sua ausência.

"Nas últimas quatro décadas, a questão de como manipular o sistema serotoninérgico com drogas tem sido uma importante área de pesquisa em biologia psiquiátrica e esses estudos têm levado a avanços no tratamento da depressão", escreveu em 2007 Simon Young, editor-chefe na revista Psiquiatria e Neurociência.

Dez anos mais tarde, a depressão se situa como a principal causa principal de invalidez em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se de transtorno mental que afeta mais de 300 milhões de pessoas.

O neurocientista descreve três maneiras de elevar o nível de serotonina: praticar exercícios aeróbicos, como corrida e ciclismo, tomar sol e receber massagens.

Outra forma é recordar momentos felizes, diz Alex Korb, neurocientista do site Psicologia Hoje. Por isso, acrescenta Korb, olhar fotos antigas ou conversar com um amigo pode ajudar a refrescar a memória.


2.Dopamina
A dopamina é costuma ser descrita como responsável por sentimentos como amor e desejo sexual, mas também já foi tachada de ser viciante. Daí sua descrição como "mediadora do prazer".

"Baixos níveis de dopamina fazem que pessoas e outros animais sejam menos propensos a trabalhar para um propósito", afirmou John Salamone, professor de Psicologia na Universidade de Connecticut (EUA), em estudo sobre efeitos da dopamina no cérebro publicado em 2012 na revista Neuron.

Por isso, acrescentou o pesquisador, a dopamina "tem mais a ver com motivação e relação custo-benefício do que com o próprio prazer."

O certo é que essa substância química é acionada quando se dá o primeiro passo rumo a um objetivo e também quando a meta é cumprida.

Além disso, pode ser gerada por um fato da vida cotidiana (por exemplo, encontrar uma vaga livre para estacionar o carro) ou algo mais excepcional (como receber uma promoção no trabalho).

A melhor maneira de elevar a dopamina, portanto, é definir metas de curto prazo ou dividir objetivos de longo prazo em metas mais rápidas. E celebrar quando atingi-las.

3.Endorfinas
As endorfinas são consideradas a morfina do corpo, uma espécie de analgésico natural.

Trabalhar em equipe, dançar e cantar são atividades que melhoram, por meio de um aumento nas endorfinas, a união social e a tolerância à dor, afirma Robin Dunbar, professor de Psicologia Evolutiva e autor do estudo publicado no ano passado por pesquisadores da Universidade de Oxford (Inglaterra).

Comer alimentos picantes é outra maneira de liberar esses opiáceos naturais, o que induz uma sensação de felicidade.

Ainda de acordo com estudo, assistir a filmes tristes também eleva os níveis da substância."Aqueles que tiveram maior resposta emocional também registraram maior aumento na resistência a dores e sentimento de unidade em grupo", disse Dunbar.

4. Oxitocina
Por ser relacionada com o desenvolvimento de comportamentos maternos, a oxitocina é muitas vezes apelidada de "hormônio dos vínculos emocionais" e "hormônio do abraço".

Segundo estudo publicado em 2011 pelo ginecologista e obstetra indiano Navneet Magon, "a ligação social é essencial para a sobrevivência da espécie (humanos e alguns animais), uma vez que favorece a reprodução, proteção contra predadores e mudanças ambientais, além de promover o desenvolvimento do cérebro."

"A exclusão do grupo produz transtornos físicos e mentais no indivíduo, e, eventualmente, leva à morte", acrescenta.

Por isso, o obstetra considera que a oxitocina tem uma "posição de liderança" nesse "quarteto da felicidade": "É um composto cerebral importante na construção da confiança, que é necessária para desenvolver relacionamentos emocionais."

Abraçar é uma forma simples de se conseguir um aumento da oxitocina. Dar ou receber um presente é um outro exemplo.

Loretta Breuning, autora do livro Habits of a happy brain ("Hábitos de um cérebro feliz", em tradução livre), também aconselha construir relações de confiança, dando "pequenos passos" e "negociando expectativas" para que ambas as partes possam concretizar o vínculo emocional.


Fonte: BBC.com

Por Letícia Jardim Guedes da redação do site Áreas Verdes das Cidades

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